Pinturas de género Satírico e Humorístico podem ser observadas no tempo no Japão desde o século doze. O artista do principio do século dezenove Hokusai era particularmente hábil na produção deste tipo de trabalho.
Com o estabelecimento de um estado moderno em 1868, o Japão também assistiu ao desenvolvimento das mídias de massa modernos incluindo jornais e revistas que continham Mangás.
Porém, o avanço mais significativo nesta forma de arte deu-se depois da segunda Guerra Mundial.
Assim, o Mangá que conhecemos hoje é na realidade Mangá após Guerra. Ele têm uma história de meio século.
O Mangá contemporâneo têm as suas origens num gênio singular - aquele de Osamu Tezuka. Em 1974 Tezuka pegou na obra de Louis Stevenson: A Ilha do Tesouro - como inspiração para uma versão em Manga intitulada: A Nova Ilha do Tesouro - publicada no formato de livro.
Apesar da condição econômica miserável do pós-Guerra e a quase dissipação da Industria Editorial, este trabalho tornou-se num sucesso imediatamente, vendendo 400,000 copias.
Tezuka era então um jovem estudante de medicina com nos seus dezenove anos.
A Nova Ilha do Tesouro continha as sementes de uma nova sintaxe para os Mangás e teve um enorme impacto na nova geração de artistas de Mangá.
O próprio Tezuka continuou a produzir Manga até á sua morte em 1989, tendo sido autor de trabalhos tão populares como o
Astro Boy.
A década a seguir á guerra viu a emergência de um vasto numero de artistas após Tezuka, criando um verdadeiro Boom de Mangá.
De qualquer forma, o Mangá era ainda identificado como um género para crianças. Aqueles que cresceram lendo Mangá não foram capazes de deixar o hábito depois de terem atingido a maturidade.
Esta era a geração pós-guerra , a geração Mangá.
Na sua estima pelo mangá, os membros desta geração vieram a experimentar uma quebra irreparável com os seus antecessores. Nos finais dos anos 60 a geração Mangá tinha se tornado de estudantes, universitários e o Mangá contemporâneo chegava agora a um ponto crucial de transformação.
A esta altura começou a surgir Mangá que satisfizesse a as exigências de entretenimento/arte dos estudantes universitários. O ascendente movimento dos estudantes abraçaram esta nova mídia emergente e no processo, o Mangá Japonês tornou-se o Mangá moderno de hoje.
Na década de 1980 a técnicas de Mangá começaram a revelar um maior nível de sofisticação e as revistas de adquiriram um fôlego e diversidade que mantêm ainda hoje.
Os Mangás dos nossos dias emergiu como um mídia visual virtualmente onipotente, abrangendo formas de entretenimento desde livros de piadas até melodramas e Ficção cientifica, trabalhos literários desde romances até á narração de viagens, e manuais para propósitos educacionais e didáticos.
Como tal, eles vieram a ser apreciados por pessoas de todos os géneros e vivências.
Os Mangas Japoneses são distintos dos seus correspondentes Ocidentais nas seguintes caracteristicas:
* Predominância da Produção em Massa dos PeriódicosÉ muitíssimo raro no Japão um Manga ser escrito para publicação no formato livro. Por regra geral eles são, numa primeira fase, publicados por capítulos periódicos de vinte a vinte e três páginas e subsequentemente compilados num livro(Tanko Hon).
Devido a serem originalmente publicados em revistas, eles tendem a serem a preto e branco. Os trabalhos mais populares podem ser produzidos em massa por vários anos que posteriormente são relançados em dúzias de volumes em livros.
* A Divisão do Publico Alvo por Idade e SexoO Manga Japonês pode ser dividido nas seguintes categorias dependendo da idade do publico alvo da revista em que eles aparecem:
A primeira categoria inclui as revistas infantis (Yonenshi), revistas de adolescentes (Shonensi), e revistas para "jovens" (Yangushi, também conhecidas como Seinnenshi) que atraem leitores nos seus últimos anos de adolescência até aos leitores com 29 anos, mais ou menos.
O segundo grupo inclui revistas para adultos (conhecidas como Seinenshi, a que seinen refere-se a adultos mais que a jovens, ou Otonashi) que são intencionadas para uma audiência madura sem um limite de idade.
O Manga destinado a mulheres são consequentemente divididas por idade em Manga para jovens-senhoras ou meninas (Shojoshi) e mangás de "Senhoras" ( conhecidas de acordo com a pronunciação Japonesa do Inglês "Ladies" ou "Redizu"). O Manga destinados ao sexo feminino são marcadas pela sofisticação da descrição de personagens e uma gramática e sintaxe mais coloquial.
* Sofisticação NarrativaA chamada Sutoirii-man, ou Manga Narrativa, está muito mais desenvolvido no Japão que as Comics ou Bandas Desenhadas, alcançando um nível de sofisticação que frequentemente justifica a comparação com o cinema.
Enquanto o principal elemento de composição no cinema é o corte (ou articulação), no Mangá esta função é desempenhada pela vinheta, ou Koma. A sintaxe da composição da Koma é muitíssimo sofisticado, tornando possível uma visualização da narrativa de forma fluida. Enquanto a narrativa da HQ ocidental tende a ser mais orientada para o tema, a Sutourii-man Japonesa privilegia o desenvolvimento de personagens.
No Mangá Japonês o tema torna-se aparente através das palavras e atos dos personagens de tal forma que o leitor envolve-se com o tema através do processo psicológico de identificação com os protagonistas. É o sucesso deste método que é responsável pela extraordinária popularidade dos Mangás.
*TermosA HQ no Japão é referida como Mangá. Um certo complexo de inferioridade com o Ocidente resultou numa tendência entre muitas editoras para a utilização do termo Komikku, a versão japonesa para o Inglês "comic". Mas, este termo não é vulgarmente usado pelos leitores no Japão, que de uma forma geral usam o Japonês, Mangá.
Embora usualmente empregado na escrita fonética Japonesa conhecida como Katakana, a palavra é na verdade composta de dois Ideógrafos Chineses que significam "imagens" "divertidas/brincalhonas" (ou "caprichosas") e originalmente referidas como imagens satíricas ou inteligentes. Mas, o dramático desenvolvimento do Mangá moderno que começou nos últimos anos da década de 60 trouxe uma expansão nos temas para além da sátira ou comédia. De forma a conter esta ampla variedade temática é que o termo começou a ser escrito na escrita fonética para evitar as estreitas implicações com os ideogramas Sino-Japoneses. No Ocidente, os Mangás Japoneses são referidos normalmente usando o termo original Japonês escrito em letras Românicas em ordem as distinguí-las como um género único e importante.
Continua...